Arte e Arquitetura: ESTAÇÃO UTOPIA, exposição que valoriza o legado do patrimônio modernista

ESTAÇÃO UTOPIA é o nome do trabalho que Leonardo Portus está desenvolvendo em relação à arte e arquitetura integrada que teve lugar no Chile desde os anos 60 até o governo da Unidade Popular. A exposição do artista visual consta em uma instalação de três estações fictícias do Metrô de Santiago, que criam um percurso dentro do Museu de Artes Visuais (MAVI) através de instalações e fotografias, com o objetivo de mostrar o contraste ideológico entre modernismo de tradição coletiva proposto pela Via Chilena ao Socialismo, versos o selo modernizador individualista e privatizador do Mercado.

Saiba mais detalhes desta interessante mostra, a seguir.

Você sabia que o nome original da primeira Estação da Linha 1 do Metrô de Santiago - inauguração planejada para o natal de 1973, no governo de Salvador Allende - se chamaria Violeta Parra e que logo após o Golpe de Estado foi rebatizada com o nome de San Pablo? Sabia que seu traçado original chegava até a Estação Tobalaba para dobrar até a Vitacura, depois continuar pela Avenida Kennedy e terminar na Remodelação San Luis, projeto emblemático de moradias sociais do governo da Unidade Popular localizado em Las Condes e do qual hoje sobrevivem apenas alguns blocos deteriorados?

Cortesia de Leonardo Portus

Estas são algumas perguntas que se fez o artista visual, Leonardo Portus (1969), para desenvolver a mostra ESTAÇÃO UTOPIA, na qual reflete sobre a arte integrada à arquitetura modernista que foi feita naquela época. 

“Desejo materializar a fantasia sobre o que aconteceria com o desenho e o traçado das estações de Metrô de Santiago, se o espírito da arte e arquitetura integrada que acometeu nosso país desde os anos 60 até o governo de Salvador Allende se desenvolvesse sem a ruptura que o Golpe de Estado ocasionou", afirma. 

Cortesia de Leonardo Portus

Acontece que "estes fatos esquecidos se relacionam com a atual retirada de grande parte das paredes de mosaico originais desenhadas pelo arquiteto Peter Himmel. Peças de arte integrada que foram desdenhadas por causa de uma suposta modernização e reparação de certos danos causados pelo terremoto do dia 27 de Fevereiro de 2010. Entretanto, vale ressaltar que há vários anos alguns destes murais foram ocultados com publicidade" explica Portus. 

Mais além da exposição, Leonardo Portus teve um grande interesse em trabalhar fora das fachadas e inserir-se no mundo expressivo dos interiores, neste caso no metrô de Santiago, tentando conhecer sua história atravessada pelos projetos políticos do século XX no seu início e desenvolvimento, como um espelho da história do Chile e também o Metrô como dispositivo político na ditadura para representar um país organizado e regrado.

Cortesia de Leonardo Portus

A exposição que estará no MAVI do dia 28 de outubro até 28 de dezembro apresentará três maquetes de estações fictícias do Metrô que farão seu percurso pelo museu através de instalações e fotografias, com o objetivo de mostrar o contraste ideológico entre o modernismo de tradição coletiva proposto pela Via Chilena do Socialismo versos o selo modernizador individualista e privatizador do Mercado, sentencia o autor.

A mostra é realizada graças a obtenção do Fondart de Excelência 2013.

Cortesia de Leonardo Portus

Leonardo Portus
Artista visual autodidata. Arquitetura e memória são seus temas recorrentes, desde a pesquisa de lugares emblemáticos da história do Chile, simbólicos e autobiográficos como a moradia social, o valioso legado do patrimônio modernista frequentemente ignorado e as marcas da sua deterioração apresentando o desgaste da sua utopia que procurava impregnar um modelo urbano durante as décadas de 60 e 70 no Chile.

Portus desenvolve estas ideias através de fotografias e instalações que combinam maquetes tradicionais e peças artesanais, deslocados ao campo da Arte Contemporânea como linguagem expandida. Leonardo exibiu seus projetos em diversas cidades do Chile e do exterior.

Além disso, nesse momento Portus está exibindo "Huellas em trânsito" na estação Plaza de Armas do Metrô de Santiago, onde realiza um complemento documental histórico deste trem capital. 

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Sobre este autor
Cita: Yávar, Javiera. "Arte e Arquitetura: ESTAÇÃO UTOPIA, exposição que valoriza o legado do patrimônio modernista" [Arte y Arquitectura: ESTACIÓN UTOPÍA, exposición que valora el legado del patrimonio moderno] 16 Nov 2014. ArchDaily Brasil. (Trad. Camilla Sbeghen) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/757250/arte-e-arquitetura-estacao-utopia-exposicao-que-valoriza-o-legado-do-patrimonio-modernista> ISSN 0719-8906

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